Comissão alemã recomenda legalização do aborto até 12 semanas, mantendo proibição após viabilidade fetal. Decisão agora está nas mãos do governo.

Especialistas recomendam flexibilização da lei de aborto na Alemanha

Uma comissão indicada pelo governo da Alemanha sugeriu que o país levante todas as restrições ao aborto durante as primeiras 12 semanas de gravidez, mantendo a proibição apenas após o período de viabilidade fetal, que geralmente ocorre após a 22ª semana. Esta recomendação foi feita por um painel de especialistas, composto por 18 profissionais de diferentes áreas, como medicina, psicologia, ética e direito, e liderado pelo primeiro-ministro Olaf Scholz.

Segundo os especialistas, a ilegalidade do aborto na fase inicial da gravidez é insustentável e a lei vigente na Alemanha, que considera o aborto ilegal, precisa ser revista. Atualmente, as mulheres podem realizar o aborto até a 12ª semana de gestação com a devida orientação, mas a legislação precisa de mudanças para garantir que o procedimento seja legal e não punível.

A comissão ainda recomendou que a proibição do aborto em gestações mais avançadas seja mantida, mas que a forma como isso é tratado pela lei seja reavaliada. O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, destacou a urgência de melhorar o acesso das mulheres ao aborto e ao cuidado adequado em casos de gravidezes indesejadas, especialmente em regiões do país mais conservadoras.

A reforma da legislação do aborto tem sido uma promessa do atual governo alemão, formado por uma coalizão entre sociais-democratas, liberais e ambientalistas. A porta-voz do governo, Christiane Hoffmann, não comentou sobre a possibilidade de legalização do procedimento antes das próximas eleições, em 2025, mas enfatizou que a evolução do debate influenciará nas decisões futuras.

A ONG Centro para os Direitos Reprodutivos elogiou as recomendações da comissão e destacou que a Alemanha tem uma oportunidade histórica de modernizar sua legislação. Esta questão do aborto tem sido um tema polarizador em diversos países, como nos Estados Unidos e na Polônia, provocando debates e polêmicas sobre os direitos reprodutivos das mulheres.

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