Combinação de radioterapia e medicamentos aumenta eficácia no ataque ao câncer de pâncreas, aponta estudo publicado na The Lancet Oncology.

Uma nova pesquisa desenvolvida por pesquisadores do Centro de Câncer M.D. Anderson e Centro Moffitt para Câncer da Universidade de Texas, nos Estados Unidos, revelou que a combinação de radioterapia com medicamentos que agem contra o tumor pancreático apresenta uma melhor eficácia de ataque ao câncer, além de resposta geral ao tratamento superior.

O estudo, realizado com pacientes com câncer de pâncreas que não eram elegíveis para a cirurgia para remoção do tumor, mostrou que ao aliar a classe de medicamentos conhecida como superóxido dismutase à radiocirurgia estereotáxica corpórea (SBRT), os tumores foram sensibilizados à radiação, permitindo o ataque às células cancerígenas com uma eficácia superior à terapia convencional.

Publicado na revista especializada The Lancet Oncology, o estudo clínico de fase 1b/2 apresentou resultados promissores. Segundo os pesquisadores, a combinação de terapias ofereceu uma maior sobrevida livre de câncer aos pacientes. Infelizmente, o oncologista Cullen Taniguchi, responsável pelo estudo, faleceu quinze dias antes de sua publicação.

De acordo com Taniguchi, a cirurgia é a única cura possível para o tumor de pâncreas, porém apenas 10% a 15% dos pacientes são elegíveis para esse procedimento. Dessa forma, a combinação de radioterapia com medicamentos se mostrou promissora para pacientes com tumor avançado que não podem passar por cirurgia, uma vez que as doses convencionais de radioterapia não são suficientes para eliminar a doença.

Os resultados do estudo mostraram que a radioterapia teve um melhor resultado em atacar o tumor localmente quando aliada ao medicamento avasopasem manganês, em comparação com o grupo que recebeu placebo. A taxa de sobrevida livre da doença dos pacientes tratados foi de 12,4 meses, um número superior ao encontrado quando utilizada somente a radioterapia como forma de tratamento do tumor pancreático.

O mecanismo de ação da droga seria reduzir o peróxido de hidrogênio nas células, um composto prejudicial ao organismo que permanece em alta concentração devido à falha das células cancerígenas de sintetizarem o composto. As drogas chamadas de miméticos do superóxido dismutase, como o avasopasem manganês, ajudam as células saudáveis a “limpar” o peróxido de hidrogênio presente no organismo, enquanto deixam as células cancerígenas serem “sufocadas” pelo excesso da substância.

O estudo aponta para a continuidade da pesquisa, com um ensaio clínico de fase 2 com mais participantes já em andamento para avaliar a eficácia do tratamento em mais pessoas com câncer pancreático. Os pesquisadores estão otimistas em relação aos resultados e esperam que a combinação de radioterapia com medicamentos traga avanços significativos no tratamento do câncer pancreático.

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