Repórter São Paulo – SP – Brasil

Combate ao trabalho escravo na indústria têxtil: Brasil avança, mas desafios persistem na produção de roupas.

Há quase duas décadas, os setores têxtil e de vestuário no Brasil estão sob pressão para combater a exploração do trabalho escravo na produção da pluma do algodão nas áreas rurais e na confecção de roupas nas zonas urbanas. A atuação política brasileira nesse sentido tem sido fundamental, com a implementação de grupos especiais de fiscalização móvel do governo federal que têm promovido resgates de trabalhadores escravizados em oficinas de costura que produziam peças para diversas marcas conhecidas, como Zara, M.Officer e Marisa.

Embora ainda existam desafios a serem enfrentados, é indiscutível que houve avanços significativos em comparação ao panorama anterior. É preciso ressaltar que as empresas têm a obrigação de garantir os direitos e proteções previstos na legislação trabalhista, não se tratando de um favor, mas sim de uma responsabilidade diante dos lucros obtidos a partir do trabalho realizado em território nacional.

Por outro lado, levantamentos realizados por organizações da sociedade civil evidenciam que a importação de produtos a preços muito baixos muitas vezes não respeita os padrões mínimos estabelecidos nas convenções internacionais sobre o combate à escravidão. Esse cenário pode comprometer a produção nacional, que deve seguir as leis vigentes, e ainda servir de pretexto para empresas instaladas no Brasil pleitearem flexibilizações nas legislações trabalhistas.

Nesse sentido, a cobrança do tributo de importação ganha importância como uma medida para combater esse crime contra os direitos humanos, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. É preciso conscientizar a população sobre os bastidores da indústria da moda, incentivando uma reflexão sobre o custo real por trás das roupas que consumimos, que muitas vezes envolve jornadas exaustivas de trabalho e condições desumanas de produção. É fundamental que o consumidor leve em consideração não apenas o preço, mas também os valores éticos e humanitários envolvidos na cadeia produtiva.

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