Colômbia e EUA abandonam ‘guerra às drogas’ em nova cooperação antinarcóticos com foco na redução da violência e saúde pública

O narcotráfico no México é um problema complexo e profundo, com raízes históricas que remontam a séculos atrás. Vários fatores contribuíram para a criação desse cenário, como as tradições culturais de diversos países latino-americanos, que já plantavam e produziam substâncias narcóticas, como coca e cannabis. Além disso, a imigração chinesa para a América Latina no século XIX trouxe consigo o ópio, o que impulsionou ainda mais a expansão do mercado de drogas.

Outro fator relevante é a rota de comércio que se formou dentro do continente americano, facilitando o tráfico dessas substâncias. O desenvolvimento de movimentos armados, como a Revolução Mexicana e o Cristero, também foi um germe para a criação dos cartéis mexicanos.

Além disso, a posição periférica que a América Latina ocupa dentro do sistema capitalista global contribui para o crescimento desse mercado ilegal. A militarização da guerra às drogas também teve um papel importante no agravamento do problema, uma vez que a política de controle sobre a oferta e a moral, adotada pelos países a partir da Conferência de Xangai em 1909, levou ao fortalecimento do crime organizado.

Durante o final do século XIX e o início do século XX, o mercado mexicano começou a se expandir, à semelhança do que ocorreu em outros países do mundo. A disponibilidade de novas drogas recreativas, como o ópio, a cocaína e a heroína, aliada ao desejo de escapar da dura realidade vivida por operários e imigrantes, fez com que o consumo recreativo se difundisse.

Nesse contexto, os Estados Unidos assumiram um papel fundamental. A Era da Proibição de Drogas nos EUA, que começou em 1909, levou ao aumento do consumo de narcóticos e à associação dessas drogas ao crime organizado. Com o tempo, o México se tornou um grande fornecedor de maconha e cocaína para os Estados Unidos, devido à sua proximidade com o principal país consumidor do continente.

A partir da década de 1920, os Estados Unidos começaram a estigmatizar o México como uma ameaça à segurança nacional, principalmente por causa do consumo de maconha por parte dos imigrantes mexicanos. Essa estigmatização resultou em estereótipos negativos associados à droga e contribuiu para o crescimento do narcotráfico no México.

A política de guerra às drogas foi oficialmente iniciada em 1970, durante o governo Nixon, e teve continuidade nos governos seguintes. Essa política se baseou no combate à oferta e à demanda de drogas, por meio de intervenções repressivas e da criminalização dos envolvidos. No entanto, essa abordagem apenas aumentou a violência e a criminalidade, sem resolver o problema em sua raiz.

Em 2007, os presidentes dos Estados Unidos e do México criaram a Iniciativa Mérida, com o objetivo de fortalecer o combate ao narcotráfico e ao crime organizado no México. Essa iniciativa visava aumentar a estabilidade e a segurança do país, por meio de cooperação financeira e militar entre os dois países. No entanto, os resultados foram limitados e, muitas vezes, agravaram ainda mais a situação, com a repressão militar e altos níveis de corrupção e impunidade.

Assim, o narcotráfico no México é um problema complexo, que se desenvolveu ao longo dos séculos, com raízes históricas e influência de fatores sociais, econômicos e políticos. A guerra às drogas, como política de combate, não tem conseguido resolver o problema de forma eficaz e tem gerado efeitos negativos, como aumento da violência e corrupção. É necessário repensar as estratégias e buscar alternativas mais eficazes e humanas para lidar com essa questão.

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