Entre os diversos artistas representados nesse acervo se destacam Xavier das Conchas, Rubem Valentim, Francisco Brennand, João Câmara, Niki de Saint Phale, Siron Franco, Franz Kracjberg, José Antônio da Silva e Manoel Messias. Portanto, trata-se de um conjunto de obras significativas para a produção de artistas negros, evidenciando a importância da representatividade e do reconhecimento desses talentos no cenário artístico.
É válido destacar que, em entrevista concedida anteriormente, Emanoel Araújo expressou seu desejo de que sua coleção pessoal tivesse um destino público, sendo acessível ao público em geral. No entanto, a venda das obras precisou ser suspensa no final de setembro por conta de um pedido extrajudicial do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) feito à Bolsa de Arte, que era responsável pelo leilão. Tal solicitação resultou no adiamento da venda das obras, uma vez que, de acordo com a lei, os 30 museus vinculados ao órgão federal têm preferência na aquisição em caso de venda judicial ou leilão de bens culturais, como ocorre com a coleção de Araújo, que é composta por relíquias do barroco e da joalheria brasileira.
No entanto, mesmo com a suspensão do leilão solicitada pelo Ibram, o instituto afirmou que as instituições sob sua alçada não possuem recursos para arrematar o lote, cujo lance mínimo é de R$ 30 milhões. Após a conclusão das vendas, os recursos serão destinados aos oito irmãos de Araújo e a quatro de seus funcionários, seguindo as disposições presentes em seu testamento.
Com esse leilão histórico, a Fundação Lia Maria Aguiar adquire uma coleção rica em histórias e expressões artísticas, garantindo sua preservação e possibilitando seu acesso para o público. Espera-se que iniciativas como essa sejam cada vez mais frequentes, promovendo a valorização do patrimônio artístico-cultural e a disseminação da história e da diversidade cultural presente nas obras de artistas negros tão talentosos como Emanoel Araújo.