Cobrança da Cide na Zona Franca de Manaus gera impasse na reforma tributária às vésperas de votação na Câmara dos Deputados

A cobrança da Cide (Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico) sobre bens similares aos produzidos na Zona Franca de Manaus abriu um impasse nas negociações da reforma tributária às vésperas da votação final da proposta na Câmara dos Deputados.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) incluiu a medida como forma de manter as vantagens competitivas da região, mas estados como São Paulo são contra a proposta por verem risco de elevação da carga sobre algumas atividades.

Além disso, há divergências relacionadas à partilha dos recursos, já que a arrecadação da Cide ficaria carimbada para o fundo que beneficiará o Amazonas, prejudicando os demais governos estaduais.

O relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou em entrevista à Folha que buscava uma solução técnica para o impasse. No entanto, uma emenda ao texto tornaria necessária uma nova votação no Senado, o que seria indesejável, já que a intenção é promulgar a reforma ainda neste ano.

Apesar dos impasses, congressistas demonstram otimismo com a possibilidade de chegar a um acordo para votar a proposta ainda nesta quinta-feira. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) também disse não acreditar em atrasos.

A grande questão em torno da proteção à Zona Franca de Manaus levou à busca por uma solução que não freadeie a promulgação da reforma tributária.

A votação da reforma tributária está prevista para esta quinta-feira. O avanço da medida requer o apoio de ao menos 308 deputados. Se aprovado nos mesmos termos validados pelo Senado, o texto poderá ser promulgado, concretizando a primeira transformação do sistema tributário brasileiro no período democrático.

Em paralelo, membros da oposição ao governo articulam a apresentação de destaques para tentar derrubar trechos da reforma tributária já na etapa final da votação na Câmara. Isso inclui o benefício a montadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e a cobrança de Imposto Seletivo sobre atividades de extração de petróleo e minérios.

A busca por um consenso e a resolução dos impasses continua sendo prioridade entre os congressistas para a aprovação da reforma tributária. Ainda que haja divergências, a expectativa é de que o texto seja aprovado e promulgado ainda neste ano.

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