No entanto, a grande vencedora silenciosa desta eleição foi a ex-presidente Cristina Kirchner. Mesmo não sendo candidata, Kirchner conseguiu eleger seu candidato a governador na província de Buenos Aires, além de conquistar prefeitos em municípios importantes e legisladores na província mais influente do país. Com isso, Kirchner garantiu um refúgio político para os próximos anos.
Nos mercados, os agentes econômicos têm receio das políticas adotadas tanto por Sergio Massa quanto por Javier Milei. Preferiam Patricia Bullrich e não confiam em Massa e Milei. Massa deve continuar a emitir dinheiro sem respaldo, o que pode levar à hiperinflação. Por outro lado, ele mantém o valor do dólar artificialmente congelado, o que prejudica importações, bloqueia pagamentos ao exterior e coloca em risco o Banco Central.
A dolarização promovida por Milei também gera preocupação, pois o dólar paralelo continuará aumentando, causando turbulência no mercado financeiro. No entanto, para Milei, essa incerteza econômica e a sensação de caos financeiro são um excelente cabo eleitoral, que favorece seu plano de dolarização da economia.
O Peronismo, em especial o kirchnerismo, esperava perder poder no Parlamento, mas o resultado foi melhor do que o esperado, já que perderam apenas 10 deputados dos 68 que estavam em disputa e ganharam dois senadores. Com isso, eles poderão bloquear ou influenciar as iniciativas da oposição.
No geral, o resultado das eleições argentinas deixou os mercados financeiros tensos e incertos com as políticas que serão implementadas. O desafio será conciliar a política expansiva de Massa com a promessa de dolarização de Milei, enquanto se lida com a hiperinflação e a turbulência no mercado financeiro. A partir de agora, será interessante observar como o cenário econômico se desenvolverá nos próximos meses.