Coalizão Juntos pela Mudança perde maioria no Congresso, enquanto Kirchnerismo sai fortalecido nas eleições na Argentina

A recente derrota da coalizão “Juntos pela Mudança” nas eleições argentinas foi um golpe duro para a oposição ao Peronismo. A coalizão, que esperava ter maioria no Congresso para aprovar reformas estruturais, perdeu 25 deputados e 9 senadores. Enquanto isso, o candidato Javier Milei, que não conseguiu aprovar suas reformas radicais como a abolição do Banco Central e a dolarização da economia, dependerá dos votos da coalizão para obter apoio no Congresso.

No entanto, a grande vencedora silenciosa desta eleição foi a ex-presidente Cristina Kirchner. Mesmo não sendo candidata, Kirchner conseguiu eleger seu candidato a governador na província de Buenos Aires, além de conquistar prefeitos em municípios importantes e legisladores na província mais influente do país. Com isso, Kirchner garantiu um refúgio político para os próximos anos.

Nos mercados, os agentes econômicos têm receio das políticas adotadas tanto por Sergio Massa quanto por Javier Milei. Preferiam Patricia Bullrich e não confiam em Massa e Milei. Massa deve continuar a emitir dinheiro sem respaldo, o que pode levar à hiperinflação. Por outro lado, ele mantém o valor do dólar artificialmente congelado, o que prejudica importações, bloqueia pagamentos ao exterior e coloca em risco o Banco Central.

A dolarização promovida por Milei também gera preocupação, pois o dólar paralelo continuará aumentando, causando turbulência no mercado financeiro. No entanto, para Milei, essa incerteza econômica e a sensação de caos financeiro são um excelente cabo eleitoral, que favorece seu plano de dolarização da economia.

O Peronismo, em especial o kirchnerismo, esperava perder poder no Parlamento, mas o resultado foi melhor do que o esperado, já que perderam apenas 10 deputados dos 68 que estavam em disputa e ganharam dois senadores. Com isso, eles poderão bloquear ou influenciar as iniciativas da oposição.

No geral, o resultado das eleições argentinas deixou os mercados financeiros tensos e incertos com as políticas que serão implementadas. O desafio será conciliar a política expansiva de Massa com a promessa de dolarização de Milei, enquanto se lida com a hiperinflação e a turbulência no mercado financeiro. A partir de agora, será interessante observar como o cenário econômico se desenvolverá nos próximos meses.

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