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Cinema nacional em crise: Cota de Tela não decola e público prefere blockbusters estrangeiros

A promessa de resgate do cinema nacional, através da implementação da Cota de Tela, uma medida priorizada pelo Ministério da Cultura de Margareth Menezes, ainda não demonstrou resultados significativos nas bilheterias. Mesmo após quatro meses de vigência, nenhum filme lançado conseguiu atingir um público expressivo.

De acordo com dados do Sistema de Controle de Bilheteria da Ancine, apenas 8,2% dos ingressos vendidos nos cinemas foram para produções nacionais, enquanto filmes estrangeiros dominaram com 91,8% do público. A implementação da Cota de Tela, que tem o objetivo de reservar uma parcela de sessões para filmes brasileiros, não conseguiu impulsionar a audiência do cinema nacional como deveria.

A medida, que foi renovada e atualizada por Lula em janeiro deste ano, estabelece uma porcentagem de exibições para produções locais, variando de 7,5% a 16%, dependendo do tamanho do cinema. No entanto, a crise global que afeta os cinemas somada à falta de interesse do público brasileiro em filmes nacionais tem sido um obstáculo para a plena eficácia da Cota de Tela.

Produtores, diretores e distribuidores do setor afirmam que a medida não está sendo tão protecionista quanto deveria, concentrando as exibições em blockbusters e deixando produções independentes de lado. A falta de um acompanhamento mensal da cota também pode resultar na concentração de sessões em poucos títulos, prejudicando a diversidade do cinema nacional.

Apesar dos esforços para incentivar a produção nacional, como a ampliação do número de estreias brasileiras nas últimas duas décadas, a indústria cinematográfica ainda enfrenta desafios como a concorrência dos serviços de streaming e a baixa formação de plateias. Novas políticas e investimentos são necessários para impulsionar o cinema nacional e criar um ambiente mais favorável para filmes brasileiros conquistarem o público.

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