Cientista política alega que países do Sul são agora economicamente influentes como nunca antes na história global.

Estamos vivendo um momento de radicalização, onde os neofascismos e as novas direitas estão ganhando cada vez mais força. Diante disso, é necessário estarmos à disposição do radicalismo de um projeto humanista e transformador, capaz de superar a crise civilizatória em que estamos inseridos. Essa é a opinião de Capote, que destacou a importância de estarmos atentos e engajados nesse contexto.

No painel intitulado “Nossa América hoje”, o escritor e sociólogo Héctor Béjar, do Peru, relembrou o caso de Allende e fez referência ao estádio onde a conferência ocorre, que é um marco dos 50 anos do golpe militar chileno. Foi nesse estádio, o Estádio Nacional do Chile, que Pinochet e sua ditadura prenderam e executaram milhares de pessoas. Béjar ressaltou que, apesar das tentativas de extermínio por parte do governo dos Estados Unidos e das oligarquias latino-americanas, o povo resistiu. As gerações atuais são a prova de que a política de extermínio falhou e, por isso, esse 11 de setembro deve ser celebrado como uma vitória contra esse sistema.

No entanto, Béjar também lembrou que o trabalho ainda não está completo. É necessário denunciar as violências e torturas praticadas pelas forças de segurança estatais em todos os países da região. Além disso, é fundamental investigar os protocolos e os mandantes dessas técnicas, a fim de desarmar esse mundo de violência. O pensador peruano também destacou algumas agendas pendentes, como o enfrentamento ao racismo, as reformas agrária e urbana, e a busca pela soberania alimentar.

Por fim, Béjar ressaltou a importância de nos atentarmos às grandes mudanças sociais ocorridas ao longo dos anos. A classe trabalhadora do século XIX foi substituída por um novo proletariado composto por migrantes, exilados, refugiados, despejados e precarizados. O desafio agora é conversar e se articular com esse gigantesco precariado, como é o caso dos entregadores que trabalham 12 horas por dia em cima de uma moto. A luta contra as desigualdades e a busca por justiça social continuam presentes e são imprescindíveis para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Nesse sentido, é fundamental estarmos atentos e engajados no projeto humanista e transformador, que busca superar a crise civilizatória em que estamos inseridos. As agendas pendentes e os desafios sociais devem ser enfrentados por meio de uma ampla articulação, que une todas as lutas e reivindicações em prol de uma América Latina mais justa e igualitária. A resistência e a busca por um mundo melhor devem ser constantes em nosso dia a dia, pois somente assim poderemos romper com as amarras do conservadorismo e do autoritarismo presentes em nossa sociedade.

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