Chilenos vão às urnas em meio a debate sobre aborto, imigração e segurança na votação da nova Constituição.

Neste domingo (17), o Estádio Nacional de Santiago, no Chile, se tornou palco de um momento histórico para o país, com o povo elegendo se aprovarão ou rejeitarão um novo texto constitucional. O processo eleitoral, que já se arrasta por mais de três anos, é liderado pela direita e ultradireita, criando um clima de cansaço entre os chilenos.

Um dos temas de maior destaque é a questão do aborto, que se tornou um ponto de divergência para os eleitores. Críticos do novo texto alegam que ele abre brechas para restringir o acesso ao aborto e dificultar o procedimento, o que levou a designer Antonieta Fuentes, de 34 anos, a se posicionar contra o novo texto. Ela afirmou que preferiria “ficar com a Constituição ruim de Pinochet do que com a pior de José Antonio Kast”, em referência ao líder do Partido Republicano.

Fuentes ainda ressaltou que a nova Constituição colocaria em risco as conquistas em relação aos direitos das mulheres e de outras áreas. Por sua vez, o presidente Gabriel Boric, que foi eleito prometendo a reforma na Constituição, garantiu que, “independentemente do resultado, o governo vai seguir trabalhando com as prioridades das pessoas”, citando as áreas da segurança, saúde e habitação.

Além do aborto, o texto também aborda temas como segurança, imigração e privilégios do setor privado nos serviços de saúde. Votantes como Carlos Ronda, 72, afirmaram ter votado a favor do novo texto com base no receio de perder benefícios como sistemas de aposentadoria e de seguro saúde, que são privados.

Entretanto, nem todos concordam com a aprovação do novo texto. O antropólogo Tomás Sepúlveda, 51, havia votado a favor da primeira versão mais progressista do texto, rejeitada em 2022, mas agora mudou para “contra”, demonstrando a variedade de opiniões entre os eleitores.

Em meio a discussões sobre os rumos do país, a apreensão era notável, com eleitores com opiniões divergentes, mas uma sensação de cansaço diante de um processo eleitoral que se arrasta por anos. A incerteza em relação ao resultado e as implicações do novo texto constitucional geram um clima de tensão no país.

A votação no Estádio Nacional de Santiago é um marco na história do Chile, e as consequências desse momento decisivo certamente moldarão o futuro do país e dos chilenos.

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