Cerca de 1,5 milhão de habitantes de Gaza abandonaram seus lares devido ao conflito com Israel, dizem agências da ONU.

A situação em Gaza continua dramática de acordo com um alerta emitido por um porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o comunicado, 1,5 milhão de habitantes se viram obrigados a abandonar seus lares devido ao conflito, o que representa mais de 70% da população deste território.

Dessa quantidade, mais de 690 mil abrigaram-se em 149 instalações administradas pela Agência de Obras Públicas e Socorro das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo. Outros números impressionantes revelam que quase 122 mil encontraram abrigo em hospitais, igrejas e edifícios públicos, 99 mil em outras escolas e 600 mil residem agora com familiares ou amigos.

Além disso, o Ministério palestino informou que cerca de 35 mil unidades de moradia foram destruídas no último mês e 165 mil sofreram danos parciais. Há ainda o triste registro de que mais de 60 instalações de saúde e 221 escolas do enclave foram destruídas. Os números também indicam 130 ataques contra entidades de saúde, que provocaram a morte de 192 trabalhadores do setor e de 36 membros da defesa civil, além de 120 feridos.

Tais informações vêm pouco depois do anúncio feito pelo Departamento das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários na última segunda-feira.

Outra notícia preocupante é a destruição de 390 mil empregos no território palestinos ocupado por Israel, conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Faixa de Gaza perdeu 182 mil postos de trabalho desde o início da guerra com o Hamas, o que representa cerca de 61% da ocupação preexistente. A OIT também alerta que o conflito está tendo efeitos indiretos na Cisjordânia, onde cerca de 24% do emprego foi desmantelado, o que significa aproximadamente 208 mil postos.

A OIT ainda prevê que os danos nos dois territórios podem resultar na perda diária de 16 milhões de dólares em renda de trabalho. Na opinião de Ruba Jaradat, diretora regional da OIT para os Estados árabes, “a crise humanitária em Gaza tem graves repercussões no mercado de trabalho, nas perspectivas de emprego e nos meios de subsistência no enclave e em todo o Território Palestino Ocupado”. Ela ainda reiterou o apelo da OIT para que seja permitido e facilitado “um acesso humanitário pleno, rápido, seguro e sem obstáculos para a entrega sustentável de ajuda humanitária à população civil em toda Gaza”, e declarou que “não só representam uma enorme crise humanitária em termos de perda de vidas e necessidades humanas básicas, senão que também representam uma crise social e econômica que causou enormes danos a empregos e empresas, com reverberações que serão sentidas durante muitos anos”.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo