CBV atualiza normas para punir atos racistas em suas competições após ocorrências na Superliga B

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) anunciou nesta segunda-feira (5) uma atualização em seus regulamentos para combater atos de racismo durante as competições. A medida veio em resposta a duas ocorrências de racismo na Superliga B, ao final de janeiro. No entanto, apesar da nova medida, as equipes denunciadas na época, Curitiba no feminino e Goiás no masculino, não devem ser penalizadas pela entidade.

De acordo com a proposta aprovada, qualquer ação discriminatória de cunho racial será considerada gravíssima durante as partidas. As sanções previstas incluem multa, retirada de três pontos, suspensão, perda de mando e até eliminação do campeonato. No entanto, um detalhe importante a ser destacado é que apenas em caso de reincidência, o clube será punido se o infrator for um torcedor.

Os casos ocorridos ainda serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas os gestores dos projetos envolvidos relataram confiança na absolvição e contentamento com a brecha na regra criada. No último dia 26, três jogadoras do Tijuca Tênis Clube, do Rio de Janeiro, relataram ter ouvido sons de macaco vindos da torcida do Curitiba durante uma partida na capital paranaense.

O Curitiba afirmou ter solicitado a abertura de um inquérito policial para investigação dos fatos. Já no dia 27, a Superliga B masculina teve seu relato de racismo durante uma partida em Goiânia entre Goiás e América-RN, quando o técnico da equipe potiguar, Alessandro Fadul, interrompeu a disputa de um ponto para informar que tinha sido chamado de macaco por um espectador. Apesar disso, a Associação Esportiva Vôlei Pro, mantenedora do time goiano, negou ter havido qualquer tipo de injúria.

Dias após os casos, a CBV realizou o levantamento de imagens dos jogos, súmulas, relatórios dos delegados das partidas e manifestações de atletas e clubes envolvidos, encaminhando tudo ao STJD. A comunidade do vôlei, em especial os atletas negros, emitiram manifestações sobre as denúncias surgidas na Superliga B e questionaram sobre as punições. Fabiana Claudiano, central bicampeã olímpica, publicou um vídeo no Instagram dizendo ser inadmissível que nada tenha sido feito quando as ofensas foram percebidas. O líbero Serginho também se manifestou sobre a questão.

Com essas atualizações nos regulamentos, a CBV busca garantir um ambiente esportivo saudável e livre de qualquer tipo de discriminação racial durante suas competições. A nova postura da entidade também sinaliza um avanço na conscientização sobre a importância do combate ao racismo no voleibol brasileiro.

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