A retórica de Marçal não parece diferir muito daquela de Bolsonaro, levantando questionamentos sobre as semelhanças entre ambos. Ambos parecem ter uma postura de pouca consideração aos fatos, à moralidade e à veracidade, o que deixa transparecer um discurso de barbárie e insanidade. O deputado Eduardo Bolsonaro, por exemplo, já se pronunciou contrariamente a Marçal em vídeos gravados e apontou a ausência de lealdade do mesmo, citando até mesmo figuras expurgadas das fileiras do capitão.
Não é difícil perceber que boa parte dos políticos de extrema-direita, incluindo os Bolsonaros, propagam ideias conspiratórias sem necessariamente acreditarem nelas. Essas falas são direcionadas a um público específico, muitas vezes visando manipular a opinião pública em favor de seus interesses. Por trás desses discursos, está a tentativa de preservar privilégios, impedir ascensão social de grupos subalternizados e evitar medidas que buscam corrigir desigualdades.
Para o bolsonarismo, a lógica que prevalece não é de justiça social, mas de salvaguarda dos interesses das elites e de grupos que se beneficiam do status quo. As pautas defendidas não contemplam a inclusão, a diversidade ou os direitos humanos, mas sim buscam reforçar estruturas de poder já estabelecidas. Esse posicionamento, percebido também nas votações no Congresso, evidencia uma visão excludente e discriminatória que busca perpetuar desigualdades em detrimento do avanço social e da justiça. Com isso, o embate entre Marçal e o bolsonarismo revela não apenas divergências políticas, mas um confronto ideológico que reflete as contradições e desafios enfrentados pela sociedade brasileira em busca de um futuro mais justo e igualitário.