Casa modernista em São Paulo abriga telas de orixás e artistas indígenas em exposição de Lilia Schwarcz, imortal da ABL.

A historiadora Lilia Schwarcz, recém-eleita imortal pela Academia Brasileira de Letras, inovou ao preencher a casa modernista de Jorge Zalszupin, no bairro Jardim America, em São Paulo, com telas coloridas que representam os orixás. Neste ambiente onde o concreto convive com arte indígena, Schwarcz buscou incluir artistas que não fizeram parte do cânone da arte ocidental, uma proposta denominada por ela como “outros modernismos”.

Um dos artistas representados na exposição é Rubem Valentim, cuja obra dialoga com os valores míticos da cultura afro-brasileira. Também estão presentes Heitor dos Prazeres, Jaider Esbell e Lidia Lisboa, artistas contemporâneos que desafiam a classificação de arte naif, muitas vezes utilizada para comprimir obras feitas por indivíduos não-brancos e periféricos.

Schwarcz critica a lógica museológica eurocêntrica que classifica a arte europeia como arte legítima e as obras de outros continentes como meras representações. Na exposição, a historiadora propõe novos diálogos entre diferentes manifestações artísticas, não mediados pelas classificações do circuito das artes tradicionais.

A exposição também dialoga com os desejos de Schwarcz na Academia Brasileira de Letras, onde pretende mudar as políticas de acervo e torná-las mais plurais. Apesar de seu recente feito, Schwarcz enfatiza a importância da humildade e afirma continuar a pesquisa do historiador José Murilo de Carvalho, focando inicialmente na iconografia de Machado de Assis.

Dessa forma, a exposição na casa de Jorge Zalszupin não apenas celebra a diversidade artística, mas também reflete o compromisso de Lilia Schwarcz em promover uma visão mais inclusiva e plural no mundo das artes e da literatura.

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