No entanto, essas declarações não foram bem recebidas por um grupo de cardeais ultraconservadores. Insatisfeitos com as respostas do papa, esses cardeais decidiram enviar uma segunda carta solicitando esclarecimentos. O documento, datado de julho e enviado em agosto, não recebeu resposta, o que levou o grupo a tornar suas preocupações públicas na última segunda-feira.
Na nova carta, os cinco cardeais pediram ao papa para responder a algumas perguntas com um simples “sim” ou “não”. Entre as questões colocadas estava a possibilidade de a Igreja ensinar doutrinas diferentes das ensinadas anteriormente em relação à fé e à moral. Além disso, eles perguntaram se um pastor poderia abençoar uniões entre pessoas homossexuais, deixando implícito que o comportamento homossexual não seria contrário à lei de Deus. Por fim, questionaram se a Igreja poderia, no futuro, conferir a ordenação sacerdotal às mulheres.
Essa tensão entre os conservadores e os progressistas dentro da Igreja Católica não se limita ao tema do casamento. Na Alemanha, por exemplo, os bispos organizaram um sínodo em março deste ano, onde expressaram abertura para o sacerdócio feminino, a aceitação de padres casados e a bênção de casais homossexuais. O papa Francisco, portanto, dependerá da adesão de apoio durante a assembleia para avançar com suas propostas progressistas.
É importante ressaltar que os ensinamentos da Igreja Católica são fundamentais para a vida de milhões de fiéis em todo o mundo. Portanto, qualquer mudança ou novo posicionamento em relação a questões doutrinárias deve ser cuidadosamente avaliado para não gerar divisões e conflitos dentro da comunidade católica. O papa Francisco, conhecido por suas posições mais inclusivas e progressistas, precisará tomar cuidado para garantir a unidade da Igreja enquanto busca promover mudanças em suas estruturas e diretrizes.