Campanha secreta do Exército dos EUA espalhou desinformação antivacinação nas Filipinas para combater a influência da China durante a pandemia.

No auge da pandemia de Covid-19, o Exército dos Estados Unidos lançou uma campanha secreta para combater a influência da China nas Filipinas, uma nação duramente atingida pelo vírus. A operação, que não havia sido divulgada anteriormente, tinha como objetivo semear dúvidas sobre a segurança e eficácia das vacinas e outros auxílios fornecidos pela China.

Segundo uma investigação da Reuters, por meio de contas falsas na internet que se passavam por filipinos, os esforços de propaganda militar se transformaram em uma campanha antivacinação. Postagens em redes sociais criticavam a qualidade de máscaras faciais, kits de teste e a vacina Sinovac da China, que estaria disponível nas Filipinas.

A Reuters identificou aproximadamente 300 contas que correspondiam a descrições compartilhadas por ex-oficiais militares dos EUA familiarizados com a operação nas Filipinas. A maioria dessas contas utilizava o slogan #Chinaangvirus, em tagalo – “China é o vírus”.

Após questionamentos da Reuters, as redes sociais de Elon Musk removeram os perfis, considerando-os parte de uma campanha coordenada de bots. O Pentágono adaptou a campanha antivacinação para outros públicos na Ásia Central e no Oriente Médio, utilizando contas falsas para espalhar temor em relação às vacinas chinesas.

Um oficial sênior do Departamento de Defesa dos EUA confirmou o envolvimento em propaganda secreta para desacreditar a vacina chinesa, mas se recusou a fornecer detalhes. O Pentágono afirmou que utiliza as redes sociais para combater ataques de influência maligna, embora a China tenha sido acusada de espalhar desinformação sobre a Covid-19.

No entanto, especialistas em saúde pública condenaram a campanha secreta do Pentágono, alegando que colocou civis em risco em busca de ganhos geopolíticos. A vacinação nas Filipinas estava abaixo da meta do governo, com casos de Covid-19 ultrapassando 1,3 milhão e quase 24 mil mortes devido à dificuldade em vacinar a população.

A guerra de desinformação entre EUA e China se intensificou durante a pandemia, com acusações mútuas de disseminação de informações falsas. A revelação da campanha secreta do Exército dos Estados Unidos evidenciou operações psicológicas clandestinas sensíveis, prejudicando alianças estrangeiras e aumentando os conflitos com rivais. A exposição desses programas levou a um aumento da propaganda agressiva pós-eleições de 2016.

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