Camille K, ícone da comunidade LGBTQIA+, falece aos 78 anos e deixa legado na arte e na luta pela igualdade.

A comunidade LGBTQIA+ perdeu um de seus símbolos nesta segunda-feira (12). Aos 78 anos, Camille K, uma das primeiras artistas travestis do Brasil, faleceu. Sua morte causou comoção entre seus colegas de profissão, fãs e admiradores.

Camille fez parte da primeira geração de artistas travestis do país, que se apresentava no palco do Teatro Rival, no centro do Rio de Janeiro. Sua contribuição para a arte e para a visibilidade da comunidade LGBTQIA+ foi significativa, tornando-se uma figura cultuada nas revistas especializadas na comunidade gay.

No entanto, os últimos anos foram marcados por desafios para Camille. Problemas financeiros e de saúde a atormentaram, especialmente durante a pandemia. A necessidade de parar de se apresentar, somada a uma queda que resultou em fratura no ombro, a afastou dos palcos e agravou sua situação.

Entre seus trabalhos mais conhecidos está a colaboração com o diretor Miguel Falabella, que a transformou em musa nos anos 1990. Sua participação na peça “No Coração do Brasil”, ao lado de Maria Padilha, Jacqueline Laurence e Thales Pan Chacon, marcou o auge de sua popularidade. Posteriormente, a parceria foi retomada em “A Pequena Mártir de Cristo Rei”, que não obteve o mesmo sucesso.

Além de sua carreira nos palcos, Camille também foi uma das personagens do documentário “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal. O filme retrata a história de oito travestis que foram pioneiras no Teatro Rival, onde Camille se destacou como uma das artistas mais importantes.

O falecimento de Camille K também foi lamentado nas redes sociais por Leal, que a descreveu como “uma diva” e destacou sua elegância, vaidade e consciência. A atriz e diretora relembrou a luz única que Camille trazia consigo, afirmando que ela era iluminada e possuía uma visão artística única.

Com a partida de Camille K, a comunidade LGBTQIA+ perde não apenas uma de suas pioneiras, mas uma artista cujo legado ecoa na história do teatro brasileiro. Seu impacto e importância permanecerão vivos, servindo como inspiração para gerações futuras de artistas e ativistas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo