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Brigadeiro questiona relato de vítima em julgamento de assédio no GAP-DF: “histórico não me dá confiança”, diz conselheiro

Na decisão polêmica do colegiado que absolveu um coronel da acusação de assédio sexual contra seis oficiais mulheres, o brigadeiro Álvaro Marcelo Alexandre Freixo chamou a atenção ao citar o “histórico” de uma das supostas vítimas para questionar a veracidade de seu relato. A integrante do Conselho de Justiça, composto também por três coronéis (sendo uma mulher) e um juiz federal civil, argumentou que o comportamento da vítima em questão, sem relação com o fato em julgamento, colocava dúvidas sobre suas alegações.

As acusações contra o coronel José Arnaldo do Nascimento incluíam relatos de abraços, apertos de mãos inapropriados, toques nos seios e outras condutas consideradas como assédio pelas vítimas. No entanto, a maioria do conselho considerou que não havia provas suficientes para comprovar que o oficial buscava obter “favorecimento sexual” das oficiais, elemento necessário para caracterizar o assédio.

Durante a sessão, os membros do conselho criticaram a conduta do coronel, mas mesmo assim optaram por absolvê-lo por 4 votos a 1. O Ministério Público Militar anunciou que irá recorrer da decisão, destacando que as denúncias partiram principalmente de uma tenente temporária que relatou várias situações constrangedoras envolvendo o coronel.

A defesa do oficial argumentou que a tenente temporária possuía um histórico negativo e poderia estar buscando retaliar o acusado antes de ser dispensada do serviço militar. No entanto, a advogada Gabriela Manssur, especialista em casos de defesa da mulher, destacou que analisar a vida pretérita da vítima não é condizente com as recomendações do Conselho Nacional de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça.

Fica evidente a controvérsia envolvendo o caso do coronel Nascimento e a necessidade de se discutir a forma como casos de assédio sexual são tratados no âmbito militar. A absolvição do oficial abre espaço para questionamentos sobre a proteção das vítimas e a responsabilização dos agressores dentro das Forças Armadas. A decisão do colegiado reflete a complexidade e sensibilidade dessas questões, evidenciando a importância de promover um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todas as pessoas, independentemente de sua hierarquia.

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