Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasileiros têm a oportunidade de observar eclipse solar anular no próximo sábado, saiba como acompanhar o fenômeno.

No próximo sábado, os brasileiros terão a oportunidade de testemunhar um evento raro e deslumbrante: um eclipse solar anular. Durante milênios, os eclipses do Sol foram associados a pragas, presságios negativos e punições divinas por muitas culturas ao redor do mundo. No entanto, com o avanço da ciência e da tecnologia no século 17, os mitos foram gradualmente dissipados, dando lugar ao reconhecimento desse fenômeno como um espetáculo natural impressionante.

O eclipse solar do dia 14 de outubro no Brasil será do tipo anular, no qual o tamanho aparente da Lua é menor do que o do Sol, criando um anel de luz ao redor do astro, conhecido como “anel de fogo”. A última vez que esse evento foi visível no país foi em 1994, quase 29 anos atrás, quando a região Sul pôde testemunhar a totalidade do eclipse.

Embora o eclipse seja parcialmente visível em todo o território brasileiro, apenas as regiões Norte e Nordeste terão a oportunidade de presenciar o anel de fogo completo. O eclipse começará no Amazonas por volta das 12h05 e seguirá para o Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, até aproximadamente 17h50. Natal (RN) e João Pessoa (PB) serão as únicas capitais na rota da anularidade.

No entanto, nem todos os estados poderão desfrutar plenamente do fenômeno. São Paulo e Rio de Janeiro estão fora da faixa de totalidade, o que significa que verão apenas um eclipse parcial, com cerca de 40% do Sol sombreado pela Lua. Em São Paulo, o tempo nublado pode dificultar a visualização, enquanto no Rio de Janeiro é esperado sol entre as nuvens.

É importante ressaltar que a observação direta do eclipse do Sol pode causar danos irreversíveis à retina. Por esse motivo, é necessário utilizar um filtro específico que bloqueie a maior parte da luz proveniente do Sol. O uso de óculos escuros, chapas de raio-X ou instrumentos óticos como binóculos e lunetas não oferece proteção suficiente.

Para aqueles que não possuem o filtro adequado, existem técnicas de visualização indireta que podem ser utilizadas. Uma opção é fazer um furo em um papel ou papelão e projetar a imagem do Sol em uma superfície limpa, como uma parede. Outra opção é utilizar uma caixa de papelão com um furo em uma das paredes para projetar a luz do Sol na parede oposta.

Felizmente, haverá transmissões ao vivo do eclipse para aqueles que não podem ou preferem não observar diretamente. O Observatório Nacional está coordenando uma ação integrada nacional e internacional, na qual os parceiros internacionais fornecerão imagens do eclipse na parte oeste dos EUA, América Central e Colômbia, enquanto os astrônomos brasileiros cederão suas imagens quando a sombra da Lua atingir o Brasil. A transmissão começará às 11h30 no canal do YouTube do Observatório Nacional.

Além disso, alguns planetários pelo país oferecerão sessões especiais para auxiliar na visualização do fenômeno. No planetário do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, haverá uma sessão intitulada “Eclipse à vista”, na qual o astrônomo Marcelo Rubinho explicará os aspectos e curiosidades desse evento. Os ingressos podem ser adquiridos através do UrbiaPass.

O eclipse solar anular é um evento impressionante que nos conecta com a grandiosidade da natureza e a importância da ciência para compreender e apreciar esses fenômenos. É uma oportunidade única para os brasileiros testemunharem um espetáculo cósmico que nos fascinou desde os tempos antigos.

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