Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasileiros e estrangeiros homenageiam palhaça Miss Jujuba, assassinada em Presidente Figueiredo, em manifestações realizadas em 133 cidades.

No último domingo, houve um evento inusitado e comovente por diversas cidades do Brasil e do exterior. A chuva que atingiu grande parte do país não desanimou os manifestantes que se reuniram em homenagem à artista circense venezuelana Julieta Hernández, conhecida como a palhaça Miss Jujuba, que foi assassinada por um casal em dezembro passado em Presidente Figueiredo (AM) enquanto viajava de bicicleta.

Mesmo com as adversidades climáticas, um levantamento feito por administradores do perfil Bicicletada Julieta mostrou que 133 cidades brasileiras e 34 cidades estrangeiras aderiram à manifestação. Atos foram registrados em países como Venezuela, Peru, Colômbia, Argentina, Chile, Uruguai, México, Espanha, França, Portugal, Holanda e Estados Unidos.

Em São Paulo, a concentração começou no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e mesmo com a forte chuva na região, a bicicletada foi substituída por um emocionante tributo que reuniu cerca de 500 pessoas em volta do grupo musical Cumbia Calavera e de palhaças que leram uma carta manifesto em homenagem à artista.

“Malditos sejam os autores desse atentado”, disse a educadora e palhaça Ludimila Corrêa enquanto assistia às apresentações abraçada à sua filha. A vereadora suplente Renata Falzoni (PSB) também participou da homenagem e ressaltou a importância cultural de Julieta. Além disso, falou sobre a quebra do direito de viajar em segurança no Brasil.

No Rio de Janeiro, manifestantes esticaram uma faixa que pedia o direito de viver sonhos em segurança, enquanto uma palhaça carioca compartilhava memórias dos últimos momentos vividos ao lado de Julieta. A bióloga Maria Claudia Kohler, mãe da socióloga Marina Kohler Harkot, que foi atropelada e morta enquanto pedalava em 2020 em São Paulo, também esteve presente no evento, solidarizando-se com a dor dos familiares e amigos de Julieta e destacando a importância do movimento contra a violência.

O evento foi um importante ato de solidariedade e também de conscientização sobre a violência contra mulheres e ciclistas, reunindo pessoas de diferentes cidades e países em torno de uma causa comum. Através de atos simbólicos e palavras de revolta e esperança, os participantes demonstraram a importância de manter viva a memória de Julieta e de lutar por segurança e respeito para todos os ciclistas e mulheres.

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