A condenação de Neide está relacionada ao caso envolvendo a repatriação de sua filha adolescente devido à Convenção de Haia. Essa convenção estabelece que as crianças devem ser imediatamente devolvidas aos países de origem quando são ilegalmente retiradas sem autorização de um dos genitores. O Brasil aderiu a esse acordo em 1999.
A filha de Neide nasceu na Suíça e, aos 7 anos, viajou com a mãe para São Luís, onde Neide decidiu permanecer, separada do pai da adolescente, a quem acusa de violência doméstica e sexual. Após acionar a Convenção de Haia, o pai conseguiu repatriar a criança quando ela tinha 12 anos, apesar das alegações de que a adolescente se recusava a se separar de Neide e precisou ser dopada para embarcar.
Desde a repatriação, Neide tem enfrentado dificuldades legais na Suíça, onde vive em condições precárias. A mulher não fala o idioma local, alemão, e recebe uma ajuda de custo mensal do governo suíço. Ela teve visitas monitoradas à filha por um ano, que foram suspensas há 11 meses após uma decisão judicial favorável ao pai.
Uma organização brasileira que apoia mulheres no exterior enviou um pedido de apoio aos Ministérios das Mulheres e das Relações Exteriores em relação ao caso de Neide Heiniger. A situação envolvendo a brasileira e sua filha adolescente continua a atrair atenção e gerar debates sobre a aplicação da Convenção de Haia e os direitos parentais em casos complexos como esse.