Segundo Artur Romeu, diretor do escritório da entidade para a América Latina, a normalização do relacionamento entre jornalistas e o Poder Executivo foi crucial para essa melhora no ranking. Ele ressaltou que o Brasil tem apresentado um cenário mais favorável para a prática do jornalismo em comparação com o governo de Jair Bolsonaro.
No entanto, apesar dos avanços no Brasil, a situação para a imprensa tem se deteriorado em muitos países. O relatório apontou que, globalmente, a liberdade de imprensa está cada vez mais ameaçada pelas autoridades políticas, que não têm garantido acesso à justiça nos casos de crimes relacionados à profissão e têm utilizado campanhas de desinformação para minar a confiança da sociedade na imprensa.
Além disso, o relatório destacou que países como a Argentina, que teve uma queda significativa no ranking, e outros países latino-americanos estão enfrentando ataques sistemáticos contra jornalistas e restrições à liberdade de imprensa.
Os Repórteres Sem Fronteiras alertaram também para a situação preocupante em países como Cuba, Nicarágua e Venezuela, onde o jornalismo enfrenta censura e repressão. O Peru, que perdeu 48 posições em dois anos, também foi destacado no relatório pela deterioração das condições para a prática do jornalismo.
Apesar da melhora no Brasil, os desafios enfrentados pelos jornalistas no país incluem problemas estruturais, como a situação financeira dos veículos de mídia, a precarização do trabalho jornalístico e a vulnerabilidade das empresas de comunicação a pressões externas.
O relatório da RSF evidencia a importância da liberdade de imprensa para a democracia e alerta para os crescentes desafios enfrentados por jornalistas em todo o mundo. A segurança dos profissionais também é uma preocupação, especialmente no Brasil, que é o segundo país da América Latina com o maior número de jornalistas mortos na última década.