Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil se destaca no mercado global de mel, mas baixa produtividade desafia apicultores a inovar e atrair consumidores exigentes.

O mercado de mel no Brasil está passando por uma transformação significativa, refletindo uma nova abordagem adotada por empreendedores do setor apícola. Anteriormente, os consumidores estavam habituados a encontrar os mesmos potes de vidro e bisnagas comum em farmácias, mas agora estão sendo surpreendidos por novas marcas, embalagens modernas e rótulos informativos sobre a origem do mel, como florada e local de produção.

Essa mudança é resultado de um esforço direcionado para aumentar o baixo consumo per capita de mel no país, que é de apenas duas colheres por ano. A nova geração de apicultores está investindo em técnicas avançadas de manejo apícola e em estratégias de marketing inovadoras para atrair e fidelizar os consumidores.

Daniel Cavalcanti, presidente da Abelha (Associação Brasileira de Estudo das Abelhas) e da Baldoni, ressalta que o mercado de mel estava estagnado há décadas e que a introdução de marcas como a Baldoni em 2017 contribuiu significativamente para revolucionar o setor. A marca apresentou recentemente a linha Biomas, com méis da Mata Atlântica, do Cerrado, da Caatinga e do Pampa, ampliando a variedade de opções para os consumidores.

Apesar do Brasil ocupar a 11ª posição no ranking mundial de produção de mel, com 42 mil toneladas produzidas em 2023, a baixa produtividade ainda é um desafio a ser superado. Enquanto a média anual de produção por colmeia no Brasil é de 15 quilos, a Argentina alcança uma média de 35 quilos. Para resolver esse problema, têm sido realizados investimentos na capacitação dos apicultores.

Além disso, a adoção de boas práticas apícolas, como a atenção constante às colmeias, manejo adaptado às estações do ano e a troca periódica da cera dos quadros, tem se mostrado essencial para aumentar a produtividade. A técnica de colmeias migratórias, utilizada em países como Estados Unidos e Austrália, também está sendo implantada no Brasil, visando elevar a produtividade dos apiários.

No entanto, ainda existem desafios a serem superados, como a mudança de hábito dos consumidores em relação ao consumo de mel e a falsas crenças sobre o produto. A diversificação de marcas, a valorização da origem do mel e o incentivo ao consumo sustentável são estratégias adotadas pelas empresas para conquistar e fidelizar os consumidores. Nesse sentido, o mercado de mel no Brasil está passando por uma verdadeira revolução, impulsionada pela inovação e pelo compromisso com a qualidade e a sustentabilidade.

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