O cálculo da taxa real leva em consideração a projeção de inflação para os próximos 12 meses, com base no relatório Focus do BC, e a taxa de juros de mercado também para os próximos 12 meses.
Segundo o Portal MoneYou, as recentes declarações do governo em relação à questão fiscal afetaram as curvas de juros, o que contribuiu para o resultado. Além disso, a projeção de inflação recuou de 4,1% para 3,89%, o que também contribuiu para a elevação da taxa de juros real.
No ranking que inclui 176 bancos centrais, apenas 10,2% reduziram suas taxas básicas, entre eles o Brasil, enquanto 73,3% mantiveram suas taxas e 16,5% as elevaram.
Em termos nominais, o Brasil manteve a sexta posição, com uma taxa Selic de 12,25% ao ano. A Argentina possui a maior taxa de juros ao ano, com 133%, seguida pela Turquia (35%), Rússia (15%), Colômbia (13,25%) e Hungria (13%).
Entre as grandes economias, os Estados Unidos têm uma taxa de juros real de 1,62% ao ano, a China de 0,27% e o Reino Unido de 0,97%. Nos países da zona do euro, a taxa real está próxima de 1% ao ano.
É importante destacar que seis países no levantamento possuem juro real negativo, com destaque para a Argentina (-11%), Turquia (-4,79%), Japão (-1,81%) e Polônia (-1,09%).
O Brasil assumir novamente a primeira colocação no ranking de juros reais reflete as dificuldades enfrentadas na política monetária do país, assim como a incerteza em relação à situação fiscal. Essa posição pode trazer consequências para a economia brasileira, como a desaceleração dos investimentos e do consumo, além do aumento do endividamento público.
O Copom, órgão do Banco Central responsável por definir a taxa básica de juros da economia, irá acompanhar de perto a evolução desses números e tomar medidas necessárias para manter a estabilidade econômica do país.