Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil passa de 800 denúncias de patrões coagindo voto de empregado em 2024

Após um grande aumento no número de denúncias de assédio eleitoral por parte de empregadores, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, decidiu se pronunciar publicamente em 2022. Em suas declarações, Moraes destacou que coagir um empregado em relação ao seu voto é um crime inadmissível, especialmente nos dias atuais.

A repercussão dessas ações abusivas ganhou ainda mais destaque com a divulgação de mensagens trocadas por empresários bolsonaristas em um grupo de WhatsApp. Essas mensagens revelaram não apenas a defesa de um golpe de Estado em caso de vitória de Lula, mas também a sugestão de pagar “bônus” aos empregados que votassem alinhados aos interesses do grupo.

Um caso emblemático de assédio eleitoral ocorrido durante a campanha de 2018 teve desdobramentos em janeiro deste ano. O juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, condenou as lojas Havan e seu proprietário Luciano Hang a pagarem uma multa de mais de R$ 85 milhões por intimidarem seus funcionários a votarem em Jair Bolsonaro. Os réus já estão recorrendo da decisão.

Segundo a ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, Luciano Hang teria promovido campanhas políticas na empresa de forma coercitiva, obrigando os empregados a participarem de atividades pró-Bolsonaro. O empresário, por sua vez, negou as acusações, classificando a decisão como ideológica.

Os procuradores enfatizam a importância de garantir o anonimato dos empregados que denunciem casos de assédio eleitoral, destacando que tais práticas prejudicam a liberdade e a democracia nas eleições. Para denunciar, os trabalhadores podem acessar o link disponibilizado pelo Ministério Público do Trabalho.

Sair da versão mobile