Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil mantém status de país que mais mata pessoas trans pelo 15º ano consecutivo, revela Antra

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil registrou pelo 15º ano seguido o maior número de assassinatos de pessoas trans em 2023. O relatório aponta um aumento de mais de 10% em comparação com o ano anterior. Os dados revelam que a maioria das vítimas trans mortas no Brasil no ano passado eram travestis e mulheres trans com idades entre 13 e 39 anos.

Embora as estatísticas gerais de homicídios no país tenham mostrado uma queda entre 2017 e 2023, os números de assassinatos de pessoas trans são alarmantes. Em São Paulo, por exemplo, houve um aumento de 73%, com 19 casos em 2023 comparados a 11 em 2022, colocando o estado como o que registrou o maior número de ocorrências. Já o Rio de Janeiro viu o número de assassinatos dobrar, passando de 8 em 2022 para 16 em 2023, saltando da 5ª para a 2ª posição no ranking nacional. O Ceará se manteve em terceiro lugar, com 12 casos, enquanto o Paraná e Minas Gerais apareceram na 4ª e 5ª posição, respectivamente.

Além disso, houve também dois casos inéditos de vítimas trans com 13 anos de idade, o que reforça a necessidade de combater a violência transfóbica no país. Nesse contexto, será lançado oficialmente o 7º Dossiê: Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras, no Auditório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em Brasília.

Para marcar a data, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, ao lado da secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, realizarão uma cerimônia de homenagem aos 20 anos da Visibilidade Trans. O evento contará com a presença de autoridades e será transmitido pelo canal no YouTube do MDHC. Também no contexto das comemorações, a 1° Marsha Nacional pela Visibilidade Trans ocupou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o mote “Vidas Trans Importam”.

Esses dados reforçam a importância de políticas públicas e ações de conscientização para combater a violência e a discriminação sofridas pela população trans no Brasil. A pesquisa da Antra serve como uma ferramenta essencial para denunciar a transfobia e para promover medidas efetivas que garantam a segurança e o respeito a essa comunidade.

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