Repórter São Paulo – SP – Brasil

Brasil falhou em posição diante da reeleição de Maduro, diz líder da oposição venezuelana, María Corina Machado

A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, em entrevista exclusiva à imprensa, denunciou a postura adotada pelo Brasil diante da reeleição contestada do ditador Nicolás Maduro. Mesmo após três meses das eleições que resultaram em repressão contra os antichavistas, Machado afirmou que Maduro enganou e zombou do ex-presidente brasileiro Lula da Silva, utilizando o tempo para se manter no poder.

Em uma videochamada realizada em local não revelado na Venezuela, Machado pediu ação da Justiça internacional para combater a perseguição política desencadeada no país. Ela afirmou que muitas pessoas envolvidas nas eleições estão exiladas, asiladas, escondidas ou presas, ressaltando a gravidade da situação no país.

Sobre a saída de Edmundo González, Machado afirmou que essa operação grosseira do regime teve o efeito contrário ao desejado, fortalecendo a oposição. González, agora na Europa, continua a realizar um trabalho importante em prol da democracia na Venezuela.

Quanto às negociações do Brasil e da Colômbia com Caracas, Machado afirmou que o regime de Maduro não demonstrou abertura para dialogar, e que é necessário que a comunidade internacional adote uma posição mais firme contra o ditador. Ela destacou a importância de pressionar Maduro com incentivos para uma transição democrática.

A líder da oposição também criticou a posição de neutralidade adotada pela diplomacia brasileira, ressaltando que a falta de ações firmes contribui para a manutenção do regime no poder. Machado apelou para uma posição mais dura dos países e organismos internacionais diante da crise na Venezuela.

Por fim, Machado destacou que o sustento de Maduro no poder está ligado à alta cúpula militar e às atividades ilícitas que alimentam o regime. Ela ressaltou a importância da união de todos os venezuelanos e da comunidade internacional para pressionar por uma transição democrática no país. A data-chave de 10 de janeiro, com a posse presidencial, foi mencionada como um momento crucial para pressionar Maduro a sentar e negociar.

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