Apoiado pelo ex-presidente Lula, Boulos tem explorado a ligação de Nunes com Bolsonaro como estratégia para desgastá-lo. A convocação de apoiadores para uma manifestação em defesa de Bolsonaro no próximo dia 25 também tem aumentado a pressão sobre Nunes, que está sendo instado a comparecer ao evento.
Por sua vez, Nunes evitou comentar a operação da Polícia Federal que mirou Bolsonaro, auxiliares e militares por suposta participação em uma trama para anular o resultado da eleição e dar um golpe de Estado. Inicialmente, o prefeito se recusou a abordar o assunto e depois adotou um discurso de respeito à presunção de inocência prevista na Constituição e confiança no Judiciário, sem emitir opinião.
Boulos, por sua vez, acusou Nunes de se calar diante dos acontecimentos e afirmou que a cidade de São Paulo não merece um governante que tenha qualquer tipo de associação com atentados contra a democracia. Ele também ressaltou a importância de uma frente democrática para derrotar o bolsonarismo na cidade e em todo o Brasil.
O embate entre os dois candidatos é uma estratégia também para uma possível disputa presidencial em 2026, já que tanto Lula quanto Bolsonaro enxergam a eleição em São Paulo como uma demonstração de força de seus respectivos campos e avaliam que o resultado tem potencial para ditar os rumos da próxima disputa presidencial.
A polarização entre Boulos e Nunes tem sido intensa, com o deputado destacando a rejeição de Bolsonaro pelos moradores da capital paulista e Nunes tentando se desvincular da imagem de bolsonarista radical. Enquanto isso, os dois candidatos trabalham para atrair eleitores e conquistar uma vitória nas eleições municipais. E, com a pré-candidata Marta Suplicy como vice de Boulos, a disputa eleitoral promete ser acirrada e recheada de confrontos políticos de alta voltagem.
