A extrema direita, que parecia envergonhada após a repressão aos atos do 8 de janeiro, voltou com força total. A convocação para a manifestação foi realizada pelo próprio Bolsonaro, o que gerou altas expectativas entre os manifestantes. A presença de um grande número de pessoas, estimado em 185 mil no pico da manifestação, demonstrou a relevância do evento.
Diferentemente de manifestações anteriores, desta vez a mobilização contou com um carro de som unificado e uma estrutura ainda maior, com políticos alinhados a Bolsonaro. A presença de verde e amarelo se destacava nas ruas, mostrando o apoio massivo ao ex-presidente.
Durante o discurso de Bolsonaro, a melancolia inicial foi substituída por uma atmosfera animada, em parte devido à trilha sonora escolhida. A versão instrumental do funk “Baile de Favela” embalou os manifestantes, criando um ambiente de celebração e vitória.
No entanto, apesar do sucesso como demonstração de força política, resta a dúvida sobre o futuro da extrema direita. Com a derrota da trama golpista e a fragilidade do bolsonarismo, surge um desconforto em relação aos próximos passos. A falta de uma diretriz clara e de um horizonte político de médio ou longo prazo deixa em aberto a questão do que fazer a seguir.
O entreato em que se encontra a extrema direita revela a sua vulnerabilidade e a necessidade de definir um rumo. Enquanto a multidão aguarda por um norte, a incerteza sobre a postura de Bolsonaro diante de possíveis desdobramentos é latente. O futuro político do ex-presidente e de seus apoiadores ainda é uma incógnita, mas uma coisa é certa: a extrema direita está novamente em cena e parece estar disposta a mostrar sua força.