A repercussão da ata do Copom foi imediata nos mercados financeiros. O documento apontou que o aumento da incerteza sobre a meta fiscal elevou o risco de investimentos do país, em meio a discussões sobre uma possível mudança do objetivo de déficit zero em 2024. O comitê também afirmou que o afrouxamento da disciplina fiscal pode impactar negativamente a política de juros.
De acordo com o Copom, a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco.
O Ibovespa também é afetado por um movimento de realização de lucros após as quatro altas consecutivas registradas nos últimos pregões. Esta estratégia ocorre quando investidores vendem ações que se valorizaram rapidamente, para efetivar os ganhos com os papéis.
Aos 10h22, o Ibovespa caía 0,10%, aos 118.334 pontos, enquanto o dólar recuava 0,40%, cotado a R$ 4,866.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, avaliou que a ata trouxe uma mensagem mais cautelosa, destacando a piora no cenário externo e a falta de fatores para redução da inflação nos próximos meses. Ele também ressaltou que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual deve seguir no curto prazo, mas que o tamanho do ciclo de cortes dependerá da reancoragem das expectativas.
Da mesma forma, João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, considerou o tom da ata do Copom mais duro do que o do Comunicado pós-reunião. Ele afirmou que a ata confirmou o plano do comitê para as próximas duas reuniões de manter o ritmo de cortes em 0,50 ponto, mas a magnitude das reduções pode ser alterada se o cenário não evoluir conforme o esperado.
Portanto, a divulgação da ata do Copom trouxe impactos imediatos aos mercados e continua a gerar repercussões e análises por parte de economistas e investidores.
