Em São José dos Campos, o bloco “Acorda Peão” foi um dos que uniu tradição, protesto e irreverência, conforme afirmou o secretário-geral do Sindicato e um dos organizadores do bloco, Renato Almeida. O Bloco da Esquina, em Belo Horizonte, também contou com as cores palestinas durante o cortejo, assim como o Bloco Só Fuxico, em Teresina, Piauí, que emitiu um chamado aberto à solidariedade palestina.
Em Salvador, na Bahia, o Bloco Filhos e Filhas de Marx reuniu o tradicional Estandarte do Velho Mouro com bandeiras palestinas, enquanto no Rio de Janeiro, foliões levaram símbolos da resistência palestina às festas de rua nos blocos das Carmelitas, com 34 anos de história em Santa Teresa, e no Bloco Amigos da Onça, no Aterro do Flamengo.
A Frente em Defesa do Povo Palestino chamou solidariedade em vários blocos de todo o país, como Sô Fia da Vida, Unidos da Madrugada, Ho Chi Minh que Nóis Num Prestes, Acadêmicos da Ursal (São Paulo), Maria Sapatão (Guarulhos) e outros. Essas ações antecipam um Dia de Solidariedade Internacional ao povo palestino em Gaza, com manifestações em todo o mundo no próximo sábado, 17 de fevereiro. Em São Paulo, capital, o ato será às 14 horas, com concentração na Praça Oswaldo Cruz.
Esses atos de solidariedade ocorrem em um momento em que Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 28 mil mortos e 68 mil feridos, a maioria mulheres e crianças, além de dois milhões de desabrigados. A Frente em Defesa do Povo Palestino caracteriza as ações israelenses como crime de guerra e genocídio.
A iniciativa dos blocos de Carnaval em solidariedade ao povo palestino mostra o poder transformador da cultura em meio a um dos momentos mais festivos e aguardados do ano. Ao utilizar a celebração para propor reflexão e levantar questões importantes, a folia carnavalesca se mostra como um espaço de resistência e engajamento social.
