Repórter São Paulo – SP – Brasil

Beslan 20 anos depois: memórias e polêmicas envolvendo o massacre na escola número 1 ressurgem com inscrições e críticas às autoridades.

Há exatos vinte anos, um dos eventos mais devastadores da história da Rússia ocorreu na escola nº. 1 de Beslan, onde centenas de reféns foram mantidos em cativeiro por terroristas chechenos. As marcas desse terrível episódio ainda podem ser vistas nas paredes internas de concreto do ginásio, cobertas com inscrições lamentando os mortos e relembrando a tragédia que marcou a pequena cidade.

Entre os terroristas responsáveis pelo sequestro, o checheno Nur-Pashi Kulayev foi o único capturado com vida, sendo posteriormente condenado à prisão perpétua em 2006. Apesar de suas alegações de inocência, Kulayev foi considerado culpado pelos eventos que resultaram na morte de tantas pessoas inocentes naquele fatídico dia.

A tragédia de Beslan foi amplamente reconhecida como um momento de extrema dor e trauma para os sobreviventes, que acusaram as autoridades russas de agirem de forma inadequada durante o cerco. O uso de tanques, lança-chamas e lança-granadas teria contribuído para o elevado número de mortos e feridos, gerando críticas tanto no país quanto internacionalmente.

Em 2017, a Corte Europeia de Direitos Humanos emitiu uma decisão condenando a Rússia pelo uso excessivo de força durante a operação de resgate, o que resultou na perda de muitas vidas inocentes. O Kremlin, por sua vez, rejeitou as críticas do tribunal, destacando a complexidade da situação e a necessidade de preservar a soberania nacional.

O presidente Vladimir Putin, que enfrentou duras críticas em relação ao manejo da crise de Beslan, fez questão de mencionar o evento como um ataque não apenas à escola, mas a toda a nação russa. Sua visita à cidade da Ossétia do Norte, onde depositou flores em um memorial na escola, foi vista como um gesto de respeito às vítimas e suas famílias, mas não suficiente para apagar as marcas deixadas por aquele trágico dia.

Sair da versão mobile