De acordo com parlamentares ligados à diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o momento atual é considerado prematuro para iniciar qualquer debate sobre a sucessão na Câmara. Eles ressaltam que as articulações políticas dependem das sinalizações de Lira e que a escolha de um candidato sensível às pautas do agronegócio é essencial para garantir o apoio da bancada.
O nome do presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), é mencionado como uma possível opção na disputa, mas integrantes do Centrão questionam sua viabilidade. Segundo eles, as negociações para o comando da Casa costumam depender mais de acordos partidários e orientações das lideranças do que da influência de uma única bancada temática.
Apesar de as tratativas ganharem força após as eleições municipais de outubro, Lira já anunciou que escolherá seu candidato em agosto. A eleição para a presidência da Câmara está prevista para fevereiro do próximo ano. Publicamente, o presidente já mencionou três nomes como possíveis candidatos: o líder do PSD, Antonio Brito (BA), o primeiro-vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (Republicanos-SP), e o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), este último apontado como favorito por Lira.
A sucessão na Câmara ainda não é considerada uma prioridade para a FPA, que atualmente concentra esforços em temas como o Plano Safra, a crise do arroz e a reforma tributária. No entanto, o presidente Pedro Lupion ressalta que a bancada tende a apoiar o candidato endossado por Lira, desde que mantenha compromissos com as pautas do setor.
Até o momento, não há um acordo firmado com o atual presidente da Câmara nesse sentido. A FPA, que conta com a maior bancada da Casa, com 324 deputados, deu apoio unânime à reeleição de Lira em 2023. A expectativa é que o candidato escolhido pelo presidente receba uma vantagem significativa devido à relação de qualidade que Lira mantém com a Frente Parlamentar da Agropecuária.
Em meio às especulações sobre possíveis candidatos, o nome de Pedro Lupion se destaca entre os potenciais concorrentes à sucessão de Arthur Lira. Apesar de algumas resistências e questionamentos quanto à sua viabilidade, Lupion é lembrado por deputados da oposição e por entidades setoriais como uma opção qualificada para o cargo.
No entanto, aliados do presidente da FPA afirmam que a sucessão na Câmara não está nos planos de Lupion no momento. O deputado busca a reeleição na frente parlamentar, que dependerá de alterações no estatuto da bancada. Seu mandato à frente do grupo se encerra em fevereiro de 2025.
Diante desse cenário político em ebulição, o futuro da presidência da Câmara dos Deputados permanece incerto. Enquanto aguardam as definições de Arthur Lira e as movimentações do Centrão, as bancadas temáticas e as lideranças políticas se preparam para uma intensa disputa que promete movimentar os corredores do Congresso Nacional nos próximos meses.
