A presidente peruana está sendo investigada desde março sob a acusação de crime de enriquecimento ilícito e omissão de declarações em documentos públicos. A denúncia surgiu a partir de uma reportagem jornalística que mencionava uma coleção de relógios de luxo não declarada por Boluarte. A invasão à residência da presidente foi autorizada pelo Supremo Tribunal de Investigação Preparatória, após solicitação do Procurador-Geral.
O episódio da invasão foi transmitido ao vivo pela televisão local Latina, onde as equipes de segurança cercaram a residência de Boluarte no distrito de Surquillo. A polícia justificou a ação como uma medida de busca e apreensão. Vale destacar que a presidente não se encontrava na residência durante a operação, levantando questionamentos sobre sua localização.
Caso seja acusada formalmente, Boluarte não poderá ser julgada até o término de seu mandato, em 2026, conforme previsto pela Constituição peruana. No entanto, a pressão política aumenta, com a possibilidade de um pedido de impeachment por parte do Congresso devido ao suposto enriquecimento ilícito da presidente. Os partidos de direita, majoritários no parlamento, deverão buscar apoio dos partidos de esquerda para viabilizar o processo de impeachment, o que se mostra uma aliança política desafiadora.
Até o momento, a presidência peruana não emitiu nenhum comunicado em resposta à invasão de sua residência. O escândalo dos relógios Rolex tem causado repercussão, com a Controladoria da República anunciando uma revisão das declarações de bens de Boluarte nos últimos dois anos. A presidente, por sua vez, alega que os relógios são fruto de seu trabalho árduo e se declara inocente das acusações de enriquecimento ilícito. A situação política no Peru permanece tensa, com desdobramentos esperados nas próximas semanas.
