A esteticista Helena Caliari, moradora de Canoas, cidade vizinha a Porto Alegre, relatou os danos em sua casa devido à enchente. Ela teve que refazer a rampa da garagem, o piso no pátio e consertar a borda da piscina, que corria o risco de ser perdida devido aos estragos. Outros gastos com a troca de portas, portão, muros e outros reparos também estão sendo necessários, demandando tempo, dinheiro e paciência.
No entanto, os planos de reforma da garagem, troca de interruptores e recolocação de azulejos e gesso nos tetos estão sendo adiados devido a outros gastos prioritários. Mais de 300 mil imóveis foram inundados em algum grau pelas enchentes no estado, o que gerou uma grande demanda por materiais de construção.
O diretor da Leroy Merlin na região Sul, Mauricio Simionato, destacou a rápida ação em logística e fornecedores para repor estoques em um cenário de estradas bloqueadas ou destruídas. O aumento nas vendas inclui itens de limpeza e reforma, como rodapés, portas, porcelanato, pisos e produtos de limpeza.
Profissionais da construção civil também estão enfrentando desafios, com a alta demanda por novos materiais e a perda de ferramentas devido à enchente. Rafael Rosa da Silva, pintor, e seu sogro, um pedreiro, relataram os prejuízos causados pelas cheias e a necessidade de reconstruir não apenas as casas, mas também seus instrumentos de trabalho.
O auxílio do governo federal e a ampliação das formas de pagamento têm ajudado os moradores a reconstruir suas casas e os profissionais a recomeçar seus trabalhos. A série “Reconstrução Gaúcha” da Folha mostra os desafios e esforços em reconstruir o estado após as enchentes históricas que afetaram centenas de municípios.