Esse aumento repentino nos preços tem impactado diretamente o bolso dos cidadãos cubanos, que estão enfrentando uma realidade de custo de vida cada vez mais alto. O trabalhador autônomo Alejandro Valdés, de 33 anos, expressou sua insatisfação com a situação, afirmando que “as coisas são assim aqui”, em referência às frequentes oscilações de preços e à instabilidade econômica do país.
O governo cubano já havia anunciado esse aumento em janeiro, o que provocou aglomerações e longas filas nos postos de gasolina. No entanto, a entrada em vigor da medida foi adiada devido a um suposto incidente de cibersegurança nos sistemas informáticos, o que gerou ainda mais incertezas entre a população.
Com o novo valor, o preço do litro da gasolina comum subiu de 25 pesos cubanos (equivalente a 5,19 reais na cotação atual) para 132 pesos cubanos (27,40 reais), um aumento de 428%. Já a gasolina aditivada teve um aumento de 420%, passando de 30 pesos cubanos (6,20 reais) para 156 pesos cubanos (32,38 reais).
O economista cubano Pedro Monreal avaliou que esse aumento busca corrigir uma distorção nos preços, mas alertou para os efeitos colaterais que essa medida pode gerar, como o desalinhamento dos salários em relação ao custo de vida. O salário mínimo mensal em Cuba é de 4.200 pesos cubanos, o equivalente a quase 872 reais.
Diante desse cenário de aumento dos preços e da inflação crescente, os cubanos enfrentam desafios econômicos cada vez mais complexos, o que coloca em evidência a necessidade de políticas públicas que possam mitigar os impactos negativos na população.