Os impactos desse aumento são percebidos de forma desigual entre os produtores de cacau, processadores, especuladores e consumidores. Enquanto na Costa do Marfim e em Gana, os dois maiores produtores do mundo, os preços são fixados pelas autoridades baseando-se nos meses anteriores, em outros países como Camarões, Nigéria, Equador e Brasil, os produtores estão obtendo mais lucro vendendo seus grãos por preços próximos ao mercado financeiro.
No entanto, há incertezas em relação ao futuro do mercado, pois o aumento da produção pode levar a um excesso de oferta daqui a três a cinco anos, levando a uma queda nos preços. Os processadores de cacau, como Barry Callebaut, Cargill e Olam, estão enfrentando desafios devido a contratos não cumpridos e à necessidade de adquirir grãos a preços elevados.
Os fabricantes de chocolate, por sua vez, estão se adaptando a essa realidade, protegendo-se contra as mudanças de preço e ajustando suas estratégias de produção. A Nestlé, por exemplo, está amplamente coberta por contratos para o resto do ano, mas as próximas mudanças nos preços podem impactar a produção e levar a ajustes no produto final, como aumento da proporção de outros ingredientes ou redução das porções.
Diante desse cenário de incertezas e desafios, o mercado de cacau e chocolate precisa se adaptar e encontrar soluções para garantir a estabilidade e qualidade do produto final para os consumidores.