Aumento de ataques contra cristãos em Jerusalém preocupa autoridades e comunidade religiosa

No mês de março deste ano, um vídeo que viralizou nas redes sociais de Israel chocou a população. Nas imagens, é possível ver o zelador da igreja do Flagelo de Cristo, em Jerusalém, lutando para conter um homem que havia destruído uma estátua de Jesus. O incidente ocorreu quando um judeu fanático entrou na igreja com um grupo de turistas e, após a saída do grupo, começou a atacar a imagem religiosa com um porrete.

Majed El Resheq, o zelador da igreja, relatou o ocorrido, afirmando que tentou impedir o homem, mas acabou sendo agredido. Infelizmente, não conseguiu conter o agressor antes que a estátua fosse derrubada. Atualmente, a estátua está em exibição na igreja, que é um ponto de partida para a Via Sacra, um importante roteiro de peregrinação.

No entanto, esse não foi um incidente isolado. No final de janeiro, um restaurante de propriedade de um cristão palestino foi atacado por cerca de trinta jovens judeus. Segundo o proprietário, Miran Grégorian, os agressores insultaram e cuspiram nos funcionários, proferindo slogans racistas e discriminatórios. O restaurante, localizado no Bairro Cristão, foi alvo da violência extremista.

Miran acredita que há uma relação entre o atual governo de extrema direita e o aumento desses atos anticristãos. Segundo ele, desde que esse governo assumiu o poder, os ataques têm se tornado cada vez mais frequentes e sistemáticos. Apesar disso, ele ressalta que não quer politizar a questão, mas apenas aponta a coincidência de um número maior de incidentes desde a chegada dessa administração.

Infelizmente, as vítimas muitas vezes não encontram justiça. Miran revela que, na maioria das vezes, os casos nem sequer são reportados à polícia, pois geralmente são arquivados sem a devida investigação. Essa impunidade só alimenta o sentimento de impotência das comunidades cristãs e perpetua a violência.

Diante desses incidentes, é importante que o governo israelense tome medidas efetivas para combater a intolerância religiosa e garantir a segurança das minorias cristãs. A promoção de uma convivência pacífica entre os diferentes grupos religiosos é essencial para a paz e a harmonia na região. É necessário que líderes políticos e religiosos condenem publicamente esses atos de violência e sejam exemplos de respeito e tolerância.

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