Os dados alarmantes foram divulgados em um estudo anual realizado pelo projeto Observando os Rios, da Fundação SOS Mata Atlântica. A piora na qualidade da água do rio Tietê é evidenciada pelo fato de que nenhum trecho monitorado obteve classificação ótima, sendo 131 km considerados ruins e 76 km péssimos.
O coordenador do projeto, Gustavo Veronesi, destaca que a ocupação irregular nas áreas de cabeceira do rio, sem tratamento adequado de esgoto, tem contribuído significativamente para a degradação ambiental. Além disso, a estiagem recente na região tem agravado o quadro de poluição, uma vez que a diluição dos poluentes na água diminui com os níveis mais baixos nos rios.
Diante desse cenário preocupante, medidas estão sendo tomadas para tentar reverter a situação. A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo lançou o programa Integra, que prevê melhorias no tratamento de esgoto, a retirada de sedimentos dos rios Tietê e Pinheiros, desassoreamento e ações de educação ambiental. Um investimento significativo será realizado até 2029 para tentar recuperar a qualidade da água do rio Tietê.
É importante ressaltar que a recuperação de rios poluídos é possível, como exemplificado no caso do rio Sena, em Paris. Com um projeto de longo prazo e a implementação de medidas rigorosas de saneamento e controle da poluição, o rio Sena conseguiu melhorar significativamente sua qualidade. A experiência francesa serve como um exemplo de sucesso que pode ser seguido na busca pela recuperação do rio Tietê.