Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ataques israelenses intensos e mortes em massa aumentam pressão sobre governo de Netanyahu para encerrar guerra na Faixa de Gaza.

Israel sofre com intensificação de conflitos em Gaza

Após registrar o pior dia em termos de baixas militares desde o início da guerra contra o Hamas, as forças militares de Israel voltaram a apertar o cerco em torno de Khan Yunis, a maior cidade no sul da Faixa de Gaza e atual epicentro dos combates. Moradores relataram incursões com helicópteros e centenas de disparos, resultando em um alto número de mortes.

Segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, pelo menos 125 corpos foram levados aos hospitais da cidade durante a noite, com líderes da facção alegando que mais de 200 pessoas morreram na ofensiva. O Exército israelense afirma que mirou alvos do Hamas nos arredores de Khan Yunis, onde terroristas estariam agora escondidos após os confrontos no norte da Faixa. A ONU relatou que o Exército israelense ordenou a retirada de moradores em vários setores da cidade, que já abrigava deslocados da guerra e estava superlotada.

O Hamas acusou Israel de tentar transferir dezenas de milhares de pessoas de Khan Yunis para Rafah, cidade localizada ainda mais ao sul e que faz fronteira com o Egito, o que está deixando a população palestina cada vez mais encurralada. Até mesmo Rafah é alvo de ataques, e nesta quarta-feira, homens e mulheres prestaram homenagem a vítimas de bombardeios israelenses na região. Como forma de protesto, corpos foram colocados diretamente no chão em frente a um necrotério da cidade.

A situação nos hospitais de Khan Yunis foi descrita pela Organização Mundial da Saúde como “catastrófica e indescritível”. O Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha para o mundo islâmico, relatou ataques intensos ao redor do hospital Al-Amal, localizado em uma das áreas que Israel ordenou a saída de moradores. Um dos bombardeios atingiu um centro de treinamento da ONU que abrigava milhares de pessoas, provocando “baixas em massa” de acordo com um funcionário da organização.

Essas ofensivas ocorreram após Israel registrar 24 baixas em 24 horas no território palestino, o que aumentou a pressão sobre o governo do Binyamin Netanyahu para encontrar uma solução para o conflito. Mais de 200 pessoas compareceram nesta quarta-feira ao funeral de um dos soldados israelenses mortos na véspera, demonstrando a gravidade da situação em Gaza. Agora o país busca negociações para um cessar-fogo, embora o premiê tenha negado essa possibilidade. A guerra em Gaza está longe de chegar a um fim, e a comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos desse conflito sangrento.

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