Assembleia Geral da ONU aprova resolução contra embargo dos EUA a Cuba, apesar do impacto limitado da medida histórica.

A 71ª Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução condenando o embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde 1962, durante a Guerra Fria, como forma de pressionar o regime comunista. Apesar do amplo apoio dos países-membros da ONU à medida, o impacto da resolução será limitado.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, Stephane Dujarric, reconheceu que essa não é a primeira vez que resoluções contra o embargo são votadas e não aplicadas. Ele ressaltou que a carga econômica sobre Cuba e o povo cubano continua, causando lamento.

O pesquisador do Crisis Group, Richard Gowan, destacou que as votações anuais sobre o embargo são momentos importantes para os cubanos demonstrarem o lado negativo dos Estados Unidos. Ele ressaltou que os Estados Unidos não vão recuar no embargo, mesmo que isso irrite os eleitores cubano-americanos.

Na tribuna da ONU, diversas vozes denunciaram o bloqueio como neocolonialismo, sistema injusto e desumano, violação flagrante e sistemática dos direitos humanos e punição coletiva. Essas declarações enfatizam a rejeição internacional ao embargo.

Sob a gestão do democrata Barack Obama, em 2015, os governos dos Estados Unidos e de Cuba iniciaram um processo de normalização das relações diplomáticas, porém sem suspender o embargo. Esse movimento foi um passo importante, mas não suficiente para acabar com as restrições econômicas impostas a Cuba.

Dessa forma, a resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU representa mais um capítulo na longa e conturbada relação entre os Estados Unidos e Cuba, demonstrando a persistência do embargo e a resistência cubana diante das pressões externas.

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