Ascensão do Índex Talibã Tupiniquim: como ideais radicais culturais dominam o campo das proibições e cancelamentos no Brasil.

No último mês, completaram-se dois anos e meio desde a volta do Talibã ao poder no Afeganistão, um marco triste na história recente do mundo. O que é ainda mais preocupante é como as ideias culturais extremistas do Talibã conseguiram se impor, inclusive no Brasil. Além das atitudes questionáveis da direita bolsonarista, vemos que ideais radicais também estão presentes nas chamadas esquerdas progressistas.

Em tempos passados, as esquerdas eram conhecidas pela luta em prol das liberdades. No entanto, hoje em dia, vemos um cenário em que aquilo que era defendido como esquerdismo agora se traduz em proibições, censuras e cancelamentos. Antes, ser de esquerda envolvia discutir questões como a reforma agrária, a dívida externa e o imperialismo americano. Atualmente, vemos uma onda de proibição de artistas e personalidades com base em suas biografias.

Para ilustrar esse fenômeno, uma lista é apresentada, destacando os literatos e artistas brasileiros que, segundo os padrões do “Índex Talibã Tupiniquim”, deveriam ser ignorados e cancelados. Nomes como Machado de Assis, José de Alencar, Lima Barreto, Jorge Amado, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros, são colocados em xeque por motivos que vão desde posicionamentos políticos até questões pessoais polêmicas.

A tendência do cancelamento se estende para diferentes áreas culturais, incluindo a música e o humor. Até mesmo figuras internacionais, como Michael Jackson e Picasso, são questionadas e colocadas na lista dos “canceláveis”. A ideia é que qualquer deslize na biografia de um artista pode ser motivo para sua exclusão do cânone cultural.

O texto encerra com a reflexão de que o Talibã está presente não só em lugares distantes, mas também enraizado nas práticas culturais do Brasil. A atmosfera de censura e exclusão que permeia o debate público demonstra como a liberdade de expressão e a diversidade cultural estão sendo ameaçadas por posturas extremistas e autoritárias, que muitas vezes se disfarçam sob o discurso da justiça social e da correção política.

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