Repórter São Paulo – SP – Brasil

ArtRio: O Renascimento das Cores e do Otimismo na Cena Artística Carioca

Com o sol brilhando na zona sul do Rio de Janeiro, a cena artística no Brasil está mais otimista do que nunca. Após anos de pandemia e dificuldades, o “Rio de Janeiro está de volta”, como disse o artista Ernesto Neto durante uma animada festa em seu apartamento no bairro do Leme. Ao seu redor estavam os principais nomes das artes visuais cariocas, desde os veteranos Adriana Varejão e Laura Lima até novatos como Bastardo. Essa sensação de esperança açucarada é compartilhada por toda a comunidade artística, que vê nesta temporada o ressurgimento da vida cultural na cidade maravilhosa.

Um exemplo disso foi a realização da feira ArtRio na semana passada. Mesmo com um pequeno contratempo, causado por um “tufão” que obrigou a interdição de uma das alas da feira, o entusiasmo dos participantes não foi abalado. A expectativa é ainda maior com a proximidade da SP-Arte, em São Paulo, e a edição da Bienal de São Paulo, que já está sendo aclamada pela crítica mundial. Galeristas e colecionadores estão empolgados com as possibilidades de negócios e os momentos que antecedem as liquidações cariocas são de pura euforia.

Na ArtRio, era possível observar uma tendência dominante de uma arte figurativa atualíssima, que retrata as praias do Rio de Janeiro e a vida nas comunidades, com personagens negros ocupando o centro do circuito. Diversos artistas, como Priscila Rooxo, Osvaldo Carvalho, Kika Carvalho e Bastardo, apresentaram obras cheias de cores vibrantes e detalhes que refletem a realidade carioca atual. A presença dessas obras foi uma afirmação da presença e representatividade dos corpos antes excluídos nas principais feiras de arte e bienais.

Além das obras de artistas mais jovens, não faltou espaço para os mestres reinventados. Alfredo Volpi, por exemplo, foi destaque na ArtRio com suas telas que trazem um pé na composição cerebral e outro na alta voltagem das cores. A Almeida & Dale, de São Paulo, fez uma prévia da retrospectiva do artista na Itália no próximo ano, com obras que variavam de R$ 300 mil a R$ 1,6 milhão cada.

O preço dessas obras pode assustar o público em geral, mas para os colecionadores e amantes de arte, o retorno do sorriso à cidade maravilhosa não tem preço. A alegria de ver o Rio de Janeiro se revitalizando culturalmente é visível nos rostos de todos os presentes na ArtRio. É um momento de celebração e esperança, onde o sol brilha forte e a cena artística se renova com força total.

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