Entre os leitores, houve críticas contundentes em relação à decisão do jornal de publicar um artigo escrito por uma autoridade ligada ao grupo terrorista Hamas. Alguns usuários das redes sociais descreveram a atitude do jornal como “nojenta, vil e patética”. Outros compararam essa situação à controvérsia gerada em 2020, quando o New York Times publicou um artigo de opinião do senador republicano Tom Cotton, e centenas de jornalistas do jornal criticaram a decisão.
Além disso, leitores relembraram que o editor de Opinião do jornal, James Bennet, deixou o cargo após a revolta interna gerada pela publicação do artigo de Cotton, e o jornal divulgou uma nota de retratação apontando falhas técnicas no texto. Um artigo recente na Economist assinado por Bennet acusou a chefia do New York Times de ceder ao “iliberalismo” de parte de seus jornalistas na ocasião.
Até o momento da publicação deste texto, o New York Times ainda não havia se pronunciado sobre as críticas relacionadas ao artigo de Sarraj. A atitude do jornal em publicar opiniões de fontes controversas traz à tona questões sobre o equilíbrio entre liberdade de expressão e prestação de informações de qualidade, além de levantar debates sobre o papel dos veículos de comunicação na divulgação de opiniões ligadas a grupos politicamente sensíveis. A situação também reforça a importância da transparência e ética na seleção e publicação de artigos de opinião, especialmente quando envolvem temas sensíveis e provocam reações intensas por parte dos leitores.
