Ao ser questionado sobre a importância do Dia da Consciência Negra, Cleiton expressou sua discordância com a celebração em um único dia, argumentando que as lutas da população negra no Brasil atravessam períodos muito mais amplos. O empresário ressaltou que, ao refletir sobre a história do povo negro no país, seu sentimento é de revolta diante de estatísticas alarmantes, como a alta taxa de assassinato entre mulheres negras, a disparidade na mortalidade infantil e a representatividade maciça de negros na população carcerária.
Além disso, abordamos a relação entre negritude e arte. Cleiton compartilhou suas experiências com o preconceito e os olhares de julgamento que enfrenta ao vender arte afro-centrada. Para ele, a participação em eventos direcionados ao seu público tem sido fundamental para encontrar acolhimento e aceitação.
No contexto das artes visuais brasileiras, a presença da população negra é marcante, com nomes como Aleijadinho, mestre Valentim e Arthur Timótheo da Costa ocupando espaço desde os séculos XVI e XVII. Cleiton destacou a importância de artistas negros, como Arthur Timótheo da Costa, que enfrentaram grandes desafios para alcançar reconhecimento em sua época.
Conversamos ainda sobre os conselhos que Cleiton teria para jovens negros que desejam seguir carreira na arte. Ele ressaltou os avanços conquistados pela Consciência Negra e afirmou que atualmente, a aceitação e inclusão têm sido mais fáceis para a nova geração, o que contribui imensamente para a inserção de artistas negros no cenário artístico.
Portanto, o Dia da Consciência Negra é mais do que uma data comemorativa, é um momento de reflexão e debate sobre as lutas e conquistas da população negra no Brasil. Sob a perspectiva de Cleiton Gonçalves, a celebração deve estender-se para além de um único dia. A partir de suas palavras, compreendemos a importância de reconhecer e valorizar a história e a arte afro-brasileira.
