A proposta original da reforma do ensino médio previa uma Formação Geral Básica (FGB) de 1.800 horas a ser cursada por todos os estudantes, juntamente com 1.200 horas de itinerários formativos optativos. Esses itinerários abrangeriam áreas como linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas e sociais aplicadas. No entanto, a proposta recebeu críticas tanto no campo político, por ter sido aprovada via medida provisória no governo Temer, quanto no campo pedagógico, devido à insuficiência das horas dedicadas à FGB e as dificuldades de implementação enfrentadas por secretários e professoras de educação.
A nova lei, aprovada na Câmara, prevê a ampliação da FGB para no mínimo 2.400 horas, o que é considerado um passo na direção correta. Além disso, a legislação anterior não estabelecia um número mínimo de itinerários por escola, o que resultou em um grande número de trilhas nas escolas públicas que não contribuíam efetivamente para o aprofundamento dos estudantes em suas áreas de interesse.
Entretanto, há pontos que ainda podem ser aperfeiçoados, como a organização do currículo por área de conhecimento, a retirada de dispositivos que possam estimular a simulação de matrículas em tempo integral e a inclusão de medidas para contemplar a Educação de Jovens e Adultos.
É importante destacar que as políticas públicas, incluindo as reformas educacionais, são resultado de uma interação complexa de forças e agendas diversas. A “reforma da Reforma do Ensino Médio” não é perfeita, mas representa um avanço significativo no cenário educacional do país. É fundamental seguir aprimorando e ajustando as políticas educacionais para garantir uma educação de qualidade para todos os estudantes brasileiros.