As ilhas insulares reconheceram “melhoras” no documento, mas identificaram “preocupações” com o fato de ele “não trazer o equilíbrio necessário para reforçar a ação mundial para corrigir a rota sobre as mudanças climáticas”.
Apesar das discordâncias, a presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, acredita que o novo texto aponta para o fim da era dos combustíveis fósseis, destacando a necessidade de um alinhamento de políticas e investimentos nessa direção. Unterstell observa que, apesar de existirem pontos mais problemáticos, como a menção a combustíveis de transição, que visa favorecer a aprovação do texto por nações como a Índia e a China, os pontos positivos contrabalanceiam as questões controversas.
O documento indica que as próximas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que deverão ser apresentadas pelos países em dois anos, na COP30 de Belém, devem estar alinhadas com a meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C até o fim deste século. Esta era a prioridade da delegação brasileira no evento, de acordo com informações do portal RFI.
Entretanto, para o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, o resultado da COP28, embora forte nos sinais, é fraco na substância. Ele destaca a importância de ações reais por parte do governo brasileiro, que deve assumir a liderança até 2024 e lançar as bases para um acordo da COP30 em Belém que atenda às comunidades mais pobres e vulneráveis do mundo, além de a natureza. Astrini sugere que o governo brasileiro comece por cancelar sua promessa de aderir à Opep+, o grupo que tentou e não conseguiu destruir esta cúpula. Sem uma ação real, o resultado do Dubai não será celebrado entre as comunidades de todo o mundo que sofrem com eventos climáticos extremos.