Apetite por risco das instituições financeiras cresce, enquanto endividamento das famílias demanda atenção, alerta o BC em ata do Comef.

O recente aumento do apetite por risco das instituições financeiras tem sido motivo de atenção por parte do Banco Central (BC), que alerta para o crescimento do endividamento das famílias. Segundo a ata de reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), o ritmo de crescimento do crédito às famílias acelerou em diversas modalidades, o que gera preocupações diante de um contexto de endividamento e comprometimento de renda historicamente elevados.

Ainda de acordo com o documento, o ritmo de crescimento do crédito para as empresas também aumentou, embora não tenham sido observadas mudanças relevantes nos critérios de concessão. O Comef ressalta a importância de os intermediários financeiros manterem a qualidade das concessões nesse cenário.

Além disso, o documento destaca a necessidade de as instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) possuírem controles internos e sistemas de gerenciamento de risco robustos para reforçar sua resiliência cibernética. Aspectos relacionados à prestação de serviços por terceiros, integração de sistemas com outras empresas e governança de dados merecem atenção especial, segundo a avaliação do Comef.

No médio prazo, os preços dos ativos e o crescimento do crédito não são motivo de preocupação, mas o Comitê ressalta a importância de acompanhar de perto as incertezas relacionadas à atividade econômica, endividamento das famílias e empresas de menor porte. A exposição do SFN ao risco da taxa de câmbio é considerada baixa, e a dependência de financiamento externo é mínima, destaca o Comef.

Globalmente, o cenário futuro ainda apresenta riscos que podem levar à reprecificação dos ativos financeiros globais. A ata menciona incertezas em relação ao ritmo da atividade econômica, prolongamento de juros elevados, sustentabilidade fiscal e eventuais disrupções de oferta nos mercados. Diante desse panorama, a transparência e credibilidade na condução das políticas monetária, fiscal e macroprudencial são essenciais para mitigar os riscos sistêmicos.

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