Segundo especialistas, as agências reguladoras no Brasil têm sido alvo de indicações políticas desde os governos petistas, sendo essa prática continuada também nos governos de Michel Temer e Bolsonaro. Atualmente, das doze agências reguladoras do país, nove estão com cargos vagos e mais oito devem ficar disponíveis até o final do ano. Essas nomeações precisam ser aprovadas pelo Senado, porém, o impasse ocorre devido à falta de acordo do Planalto com o centrão.
A escolha de dirigentes baseada em critérios partidários, em vez de critérios técnicos, acaba prejudicando a população, uma vez que empresas sem capacidade técnica são colocadas para prestarem serviços. Caso houvesse uma fiscalização eficiente por parte do Estado, empresas como a Enel, concessionária de energia criticada pelo mau serviço em São Paulo, poderiam ter suas concessões cassadas. No entanto, as distorções do sistema atual favorecem um cenário de ineficiência e falta de responsabilização.
Essa situação gera um jogo de empurra entre autoridades municipais, estaduais e federais, que acabam premiando a ineficiência e prejudicando o consumidor, que é quem arca com as consequências. Assim, é fundamental repensar não apenas as soluções imediatas para problemas como os apagões, mas também a estrutura das agências reguladoras e a forma como são indicados os seus dirigentes. A população merece um serviço de qualidade e eficiente, livre de interesses políticos.