Anulação de primeiro júri no caso Boate Kiss adia resolução após possibilidade de decisões opostas, diz Toffoli do STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli manifestou sua preocupação em relação ao andamento do processo referente ao incêndio na Boate Kiss, que ocorreu em 2013 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Toffoli ressaltou que a possibilidade de decisões opostas por parte do novo júri pode tornar o processo ainda mais demorado, traumático e oneroso.

Toffoli destacou que o risco de o novo júri chegar a uma decisão diferente do primeiro adia a conclusão do processo, além de causar tumulto processual. O ministro enfatizou que esse cenário autoriza concluir pela possibilidade de virem a ser proferidas decisões em sentidos diametralmente opostos, o que acarretaria em um prolongamento do processo.

A declaração de Toffoli ocorre após o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) anular o primeiro júri do caso Boate Kiss em agosto de 2022, devido a irregularidades na condução do processo. A defesa dos réus alegou problemas na escolha dos jurados em uma reunião reservada com o juiz presidente do TJ, Orlando Faccini Neto, sem a participação da defesa e do Ministério Público. Posteriormente, em novembro de 2023, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a anulação, ao rejeitar um recurso apresentado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por 4 votos a 1.

O incêndio na Boate Kiss resultou na morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridas. As chamas tiveram início após o uso de fogos de artifício no interior do estabelecimento e atingiram espumas usadas no teto para isolamento acústico, espalhando-se rapidamente pelo ambiente.

Diante desses acontecimentos, o desenrolar do processo têm gerado grande comoção e expectativa na sociedade, especialmente entre os familiares das vítimas, que buscam por justiça e respostas para um ocorrido que marcou profundamente a cidade de Santa Maria e todo o país. A espera por uma definição sobre o caso Boate Kiss já se estende por 11 anos, e a possibilidade de um novo júri com desfecho adverso em relação ao anterior apenas amplia a complexidade desse doloroso processo.

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